15 de out. de 2010

Um culto a Deus

Rm 12.1-5.

Introdução

Paulo nos dois primeiros versículos do capítulo doze de Romanos estabelece o tema para a vida cristã:

I. Um Apelo à Consagração Pessoal;

II. A Igreja como o Corpo de Cristo.

A misericórdia de Deus obriga uma resposta ininterrupta de sacrifício pessoal, que quer dizer, uma vida de adoração. A conduta requerida por tal sacrifício diário é informada pela mente renovada.



O que é Culto?

A palavra Culto origina-se de uma palavra grega (latréia) que aparece cinco vezes no Novo Testamento. João 16:2; Romanos 9:4 e 12:1 e “serviço(s) sagrado(s)” em Hebreus 9:1 a 6. “Significa serviço de Louvor a Deus”. Pode ser o serviço de obediência a Deus em geral, ou pode se referir, como nas duas citações em Hebreus 9, aos atos específicos de louvor dirigidos a Deus. Assim, a palavra culto, em nosso uso hoje, corretamente descreve o serviço dado ao Senhor quando os cristãos os adoram. Mas, a mesma palavra pode abranger qualquer ato de obediência que honra o nome de Deus.

Racional vem da palavra grega logikos. Nesta palavra, não é difícil ver a idéia da lógica ou raciocínio. Este adjetivo aparece, no Novo Testamento, somente aqui e em 1 Pedro 2:2, onde descreve o leite espiritual. A forma do substantivo (logos), porém, aparece mais de 300 vezes no NT, e é traduzida por termos como palavra, conta, ensinamento, modo, ditado, testemunho, verbo, etc. A idéia principal tem a ver com discurso e raciocínio.





Culto racional. O “culto racional” requerido aqui — ou a adoração apropriada para aquele que vive no Espírito — transpõe a adoração para um patamar mais sublime. Considerando que o sistema sacrifical judaico exigia que o adorador oferecesse no templo um animal ou fruto, a vida no Espírito exige que o adorador se ofereça.

Para os que levam algo para o altar, o ato de adoração finda quando a oferta é consumida; para os que se oferecem, o ato sacrifical é só o começo. O cristão é um “sacrifício vivo”, o que significa que a adoração é transferida do templo para as ruas. Em resumo, o grau de responsabilidade pessoal é ressaltado para aquele que anda no Espírito, e não de acordo com a lei.´



Devemos guardar-se na casa de Deus

Eclesiastes 5. 1 a 3.

Devemos fazer tudo para edificação

I Co 14.26

Três itens importantes que devem estar presentes em todo culto: (Is. 6.1-9)

1. Adoração – (v. 1-3)

2. Confissão – (v. 4-7)

3. Serviço – (v. 8-9).



O Pensamento Correto sobre Relações (12.3-5).

A primeira questão que diz respeito à mente renovada é pensar corretamente acerca das relações na comunidade cristã (vv. 3-5). A conformidade da Igreja a uma mentalidade mundana nas relações humanas produz uma visão distorcida dos outros membros do corpo de Cristo. O pensamento mundano nas congregações romanas envolvia judeus e gentios avaliando excessivamente sua posição em comparação com a dos outros (v. 3a) — um porque tinha a lei, o outro porque não tinha.

a) Os charismas. A questão não parece a mesma que em Corinto, onde o problema se derivava de uma classificação ilegítima do valor dos diversos charismata (dons espirituais). Os que exerciam o dom de línguas viam-se em estado superior aos que tinham dons “menores” (1 Co 12—14). As advertências de Paulo em Romanos para os judeus (Rm 2—4) e para os gentios (Rm 11.1-32; 14.1—15.13), acerca da atitude de superioridade ou arrogância que eles tinham uns para com os outros, dá a entender que a exigência do pensamento sóbrio no capítulo 12 trata do problema ético e religioso em vez do entusiasmo carismático.

O tipo de pensamento renovado aqui em vista é o julgamento temperante que atua em concordância com “a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (v. 3b). A “medida da fé” faz lembrar um tema recorrente: A graça de Deus apropria-se antecipadamente da jactância humana. A cruz é o grande igualador: todos têm de se ajoelhar na mesma sujeira ao pé da cruz a fim de receber o perdão de pecados. Por conseguinte, ninguém pode reivindicar outra posição no corpo de Cristo senão a posição de humildade com a qual o indivíduo entra no corpo de Cristo. Cada indivíduo entra pela fé e permanece pela fé e não por méritos pessoais.

b) O Corpo. Para ilustrar o ponto, Paulo usa a metáfora do corpo humano para representar a Igreja — imagem comum em suas cartas (1 Co 12.12-31; Ef 1.22,23; Cl 1.18; 2.19). O paralelo mais estreito ao que temos em Romanos 12.3-8 está em 1 Coríntios 12.12-31, onde Paulo também emprega uma analogia do corpo humano como parte da discussão sobre os dons espirituais. Lá, ele enfatiza que cada membro do corpo de Cristo, não importa que dom espiritual tenha, é igualmente vital para a vida da Igreja, da mesma forma que cada membro físico é necessário para o funcionamento adequado do corpo físico. Aqui, Paulo insiste que o crente com a mente renovada deve encarar a diversidade de judeus e gentios no corpo de Cristo, não como oportunidade para se postar acima do outro, mas como oportunidade para assumir a postura de servo.

A membresia no corpo de Cristo tem suas responsabilidades, pois “individualmente somos membros uns dos outros” (Rm 12.5).

O que une o corpo de Cristo é sua diversidade. Cada membro é dependente uns dos outros, porque os dons são distribuídos pelo corpo de tal modo que nenhum membro é auto-suficiente. Por conseguinte, o corpo de Cristo funciona efetivamente apenas quando todos os membros utilizam quaisquer dons que eles tenham para o benefício dos demais.



   Pb. Fábio Ventura

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